O primeiro-ministro de Quebec, François Legault, pediu na quinta-feira ao Bloco Quebequense que ajudasse a derrubar o governo liberal federal e a convocar uma eleição, dizendo que o primeiro-ministro Justin Trudeau continua a desrespeitar a vontade da província.
O líder do bloco, Yves-Francois Blanchet, respondeu momentos depois, rejeitando o chamado e dizendo que atende os quebequenses “de acordo com meu próprio julgamento”.
Os comentários de Legault são uma reação aos planos do líder conservador Pierre Poilievre de apresentar uma moção de desconfiança no governo em 24 de setembro. Se tanto o NDP quanto o Bloc apoiarem, o governo minoritário liberal cairia e os canadenses iriam às urnas em uma eleição geral.
Nos últimos meses, Legault se manifestou fortemente contra Trudeau, acusando o primeiro-ministro e os liberais de interferir em questões de jurisdição provincial e se recusando a lidar com o aumento acentuado de requerentes de asilo e outros imigrantes temporários na província.
Em sua demanda a Blanchet, Legault convocou o líder do Parti Quebecois, Paul St-Pierre Plamondon, cujo partido provincial está ideologicamente alinhado com o Bloc, ambos os quais fazem campanha pela independência de Quebec.
“Peço ao Sr. St-Pierre Plamondon que tenha coragem e peça ao seu camarada do Bloco Quebequense que recue, que não apoie o governo Trudeau na próxima semana, que defenda os interesses dos quebequenses e da nação quebequense”, disse Legault.
“O Sr. St-Pierre Plamondon tem o dever de se levantar, de ser corajoso e de desafiar o Sr. Blanchet.”
Blanchet, no entanto, tem outros planos. Ele diz que quer pressionar os liberais para obter o máximo que puder para Quebec, em troca do apoio do Bloc no Parlamento. Na quarta-feira, Blanchet disse que não apoiaria a moção dos conservadores.
O líder do bloco confirmou essa posição na quinta-feira, dizendo que “ainda é não”, acrescentando que a moção de Poilievre para derrotar o governo não tem a ver com as falhas de Trudeau na imigração.
Mais tarde, na Cidade de Quebec, St-Pierre Plamondon disse que apoiava a estratégia de Blanchet e não o convocaria para se juntar aos “Conservadores de Alberta”. Ele disse que não adianta derrubar o governo Trudeau.
“Seja Poilievre ou Trudeau, não ganharíamos nada e regrediríamos em nível linguístico, financeiro, ambiental ou social”, disse o líder do PQ.
Este relatório da The Canadian Press foi publicado pela primeira vez em 19 de setembro de 2024.