Em África a música não se concebe desligada da dança e do corpo. Mas ao longo de todo o período colonial tardio o garrote aplicado pelo Estado Novo às colónias portuguesas naquele continente tentou tapar o sol com uma peneira, proibindo e marginalizando quaisquer manifestações musicais que encorajassem o corpo a surgir sensual, indomado, livre. E daí que uma das mais intensas e imediatas transformações trazidas pela independência de Cabo Verde, em Julho de 1975, tenha sido a súbita libertação das danças tradicionais do arquipélago (batuko, tabanka, funaná) e das músicas que acompanhavam os seus movimentos.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue – nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.