OTTAWA –
Os chefes das Primeiras Nações em Manitoba estão pedindo que o Primeiro Ministro Justin Trudeau rescinda a nomeação do veterano locutor Charles Adler para o Senado.
A Assembleia de Chefes de Manitoba diz que os comentários anteriores de Adler em relação aos povos indígenas são “grosseiramente ofensivos” e perpetuam estereótipos.
Em 1999, enquanto trabalhava em um programa de rádio em Winnipeg, Adler chamou os líderes indígenas de “cabeças-duras incivilizadas” e “intelectualmente moribundos”, entre outros nomes.
A Grande Chefe Cathy Merrick questionou como Adler, que foi nomeado para o Senado para representar Manitoba a conselho de Trudeau no sábado, poderia defender as Primeiras Nações de forma respeitosa, dadas suas palavras anteriores.
“Não é aceitável que comentários como esse sejam feitos por alguém que será nomeado para o Senado, porque você carrega esses pensamentos”, disse ela.
“Pode ter acontecido em 1999, mas hoje é 2024. Devemos mudar a atitude.”
Em uma declaração na terça-feira, Adler disse que é responsável pelo que diz e faz.
“Entrei em contato com o grande chefe e a Assembleia dos Chefes de Manitoba para solicitar uma reunião presencial. Estou ansioso para ouvir deles”, escreveu ele.
O Gabinete do Primeiro-Ministro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A chefe nacional da Assembleia das Primeiras Nações, Cindy Woodhouse Nepinak, disse que é doloroso quando pessoas como Adler são nomeadas para o Senado e que ela espera que ele reserve um tempo para se reunir e aprender com as comunidades.
“Precisamos encontrar uma maneira melhor de viver neste país”, ela disse.
“Mas, ao mesmo tempo, quando coisas assim acontecem, isso nos atrasa um pouco.”
Angela Levasseur, grande chefe interina do Manitoba Keewatinowi Okimakanak, disse que nomear Adler é “recompensar a discriminação”.
“Vocês estão premiando estereótipos de povos indígenas e das Primeiras Nações, e isso é muito vergonhoso, e é um dia sombrio”, disse ela.
“A MKO também está pedindo que essa nomeação seja rescindida, porque, em nome da MKO Nations, estamos inacreditavelmente e inequivocamente ofendidos.”
Este relatório da The Canadian Press foi publicado pela primeira vez em 20 de agosto de 2024.