O Chega e a Iniciativa Liberal da Madeira exigiram esta quarta-feira a “demissão imediata” dos responsáveis regionais de protecção civil e da conservação das florestas e da natureza, devido à “gestão ineficaz” e “desastrosa” do incêndio que lavra há uma semana na região.
“A situação dos últimos dias é uma clara demonstração de incapacidade de resposta por parte das autoridades responsáveis, que têm colocado em risco vidas humanas e o património natural da Madeira”, afirma o líder do Chega-Madeira, Miguel Castro, citado num comunicado.
Nesse sentido, a estrutura regional do Chega defende a “demissão imediata” do secretário da Saúde e Protecção Civil, do presidente da Protecção Civil e do presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), acusando-os de “gestão ineficaz” no combate ao incêndio que lavra há oito dias na ilha da Madeira.
“A coordenação das operações de combate aos incêndios mostrou-se ineficaz e insuficiente, levando à propagação rápida das chamas e à devastação de uma vasta área florestal, comprometendo a segurança das populações locais e do ambiente. É urgente uma mudança na liderança para que situações como esta não voltem a ocorrer”, defende Miguel Castro.
O líder do Chega-Madeira já tinha pedido no domingo a demissão dos responsáveis regionais de protecção civil e do IFCN, durante uma visita à Serra de Água.
Também a Iniciativa Liberal-Madeira criticou a gestão “desastrosa” e a postura do Governo Regional no combate ao incêndio na ilha da Madeira, defendendo a “demissão imediata” do secretário com a tutela da Protecção Civil, Pedro Ramos.
“A Iniciativa Liberal-Madeira considera que a demissão de Pedro Ramos, secretário regional da Saúde e Protecção Civil, é inevitável, quer do ponto vista ético, quer do ponto de vista da responsabilidade política”, diz a estrutura partidária num comunicado assinado pelo seu coordenador, Gonçalo Camelo.
A IL, que tem um deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, considera ainda que o executivo do PSD “geriu o combate ao incêndio de forma desastrosa”. E que a postura assumida pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e por Pedro Ramos “é politicamente inadmissível e merecedora de forte censura”, já que são os responsáveis máximos da protecção civil no arquipélago.
Para o partido, está patente o “falhanço rotundo das medidas de prevenção e de planeamento adoptadas”, pelo que é exigível “um pedido de desculpas aos madeirenses”. “Exigia-se, acima de tudo, que tivessem assumido a liderança do combate ao incêndio de forma directa e presencial, e não a partir das areias da praia do Porto Santo e com passagens fugazes pela Madeira”, sustenta.
Segundo os liberais, a postura do executivo demonstra que “já não governa para a Madeira, nem para os madeirenses”, mas “apenas com o objectivo de manter o poder e os estatutos dos respectivos membros”.
O partido diz haver “fortes indícios de que a resposta inicial não terá sido célere e adequada, o que terá contribuído para a propagação do incêndio, bem como que os meios disponíveis não terão sido geridos e utilizados de forma eficaz e correcta”.
Além disso, censura a postura “errática, contraditória e arrogante” do poder público em matéria de coordenação e comunicação, além da recusa inicial do auxílio da República.
Neste caso, argumenta, está em causa uma forma de gerir “a autonomia focada no confronto político, e não na utilização da mesma em benefício da segurança e do bem-estar dos madeirenses, o que é lamentável”.
Os liberais defendem uma “investigação célere, independente e rigorosa” à actuação do executivo para apurar responsabilidades e, eventualmente, “fundamentar a apresentação de uma moção de censura”.